No passado dia 6 de Junho realizou-se a marcha anual contra afome, em 65 países em cerca de 200 cidades, com o objectivo de angariar fundos para o programa alimentar das Nações Unidas. Com apenas 5 euros (valor da inscrição), os participantes asseguraram 25 refeições a crianças dos países mais pobres do mundo.
Enquanto nós adormecemos preocupados com a unha que se partiu, com o que iremos vestir no dia seguinte (tendo um guarda-roupa atolado!) ou com a estúpida tristeza de não termos um telemóvel tão bom como o nosso amigo, todas as noites, um terço dos 850 milhões de habitantes do continente africano vai dormir com fome e a cada seis segundos morre uma criança de fome. São quase 300 milhões de bocas sem terem o que comer regularmente. E desse total, há 237 milhões com desnutrição. Só na áfrica do Sul, considerada a economia mais rica da região, metade dos 49 milhões de habitantes vive na linha da pobreza, segundo dados do Banco Mundial.
Não é pelo facto de deixarmos de estragar comida que se erradica afome, mas se começarmos a dar mais valor a estas "pequenas" coisas, bens essenciais que frequentemente menosprezamos, estaremos mais próximos do que é realmente importante para nós e mais conscientes do que será a sua falta.
É irónico que, em algumas sociedades, enquanto uns lutam diariamente para comer, outros lutam para não comer, em busca do domínio de um corpo perfeito. Como é possível sermos tão mesquinhos com problemas insignificantes e tão indiferentes a uma realidade que, embora não vejamos diariamente, sabemos que existe? Diria o povo que... "coração que não vê, coração que não sente", no entanto, esta é uma realidade que NÃO PODEMOS IGNORAR. E pergunta, o que poderemos fazer? Primeiro olhe para si e veja se dá a atenção a coisas REALMENTE importantes e depois, abrace iniciativas como esta ou se tiver 2 pães, dê um quem precisa.
E por que não foi ao acaso que referi a África do Sul... há alguém que me diga como é possível terem permitido a organização de um evento como o mundial de futebol, num país com tantos contrastes? Dinheiro que jorra no futebol e que tanta falta faz para alimentar milhões de pessoas! Tentam cegar-nos dizendo que poderá melhorar as condições de vida das pessoas mas... desculpem-me, pois não estoua conseguir visualizar como... Em termos turísticos até pode ser benéfico, mas o que restará depois do mundial?