terça-feira, 8 de junho de 2010

A cada seis segundos, uma criança morre de fome


Não me perguntem como fizeram as contas... e, embora eu seja um pouco céptica relativamente a estes cálculos, considero que não devem estar muito longe da realidade...

No passado dia 6 de Junho realizou-se a marcha anual contra afome, em 65 países em cerca de 200 cidades, com o objectivo de angariar fundos para o programa alimentar das Nações Unidas. Com apenas 5 euros (valor da inscrição), os participantes asseguraram 25 refeições a crianças dos países mais pobres do mundo.

Enquanto nós adormecemos preocupados com a unha que se partiu, com o que iremos vestir no dia seguinte (tendo um guarda-roupa atolado!) ou com a estúpida tristeza de não termos um telemóvel tão bom como o nosso amigo, todas as noites, um terço dos 850 milhões de habitantes do continente africano vai dormir com fome e a cada seis segundos morre uma criança de fome. São quase 300 milhões de bocas sem terem o que comer regularmente. E desse total, há 237 milhões com desnutrição. Só na áfrica do Sul, considerada a economia mais rica da região, metade dos 49 milhões de habitantes vive na linha da pobreza, segundo dados do Banco Mundial.

Não é pelo facto de deixarmos de estragar comida que se erradica afome, mas se começarmos a dar mais valor a estas "pequenas" coisas, bens essenciais que frequentemente menosprezamos, estaremos mais próximos do que é realmente importante para nós e mais conscientes do que será a sua falta.

É irónico que, em algumas sociedades, enquanto uns lutam diariamente para comer, outros lutam para não comer, em busca do domínio de um corpo perfeito. Como é possível sermos tão mesquinhos com problemas insignificantes e tão indiferentes a uma realidade que, embora não vejamos diariamente, sabemos que existe? Diria o povo que... "coração que não vê, coração que não sente", no entanto, esta é uma realidade que NÃO PODEMOS IGNORAR. E pergunta, o que poderemos fazer? Primeiro olhe para si e veja se dá a atenção a coisas REALMENTE importantes e depois, abrace iniciativas como esta ou se tiver 2 pães, dê um quem precisa.

E por que não foi ao acaso que referi a África do Sul... há alguém que me diga como é possível terem permitido a organização de um evento como o mundial de futebol, num país com tantos contrastes? Dinheiro que jorra no futebol e que tanta falta faz para alimentar milhões de pessoas! Tentam cegar-nos dizendo que poderá melhorar as condições de vida das pessoas mas... desculpem-me, pois não estoua conseguir visualizar como... Em termos turísticos até pode ser benéfico, mas o que restará depois do mundial?

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Felicidade, onde andas??

"As metas na vida da maioria das pessoas são constituídas por coisas que elas acreditam que as «farão» felizes. Mas como me disse uma vez um dos meus parceiros de negócios, «se o resultado é tão importante, por que é que vem no fim?»
Por outras palavras, se o que realmente queremos é felicidade, por que é que não começamos por aí?
Tendo feito esta pergunta a milhares de pessoas, as respostas reduzem-se geralmente ao que eu considero ser o maior mito da civilização ocidental...

Serei feliz quando tiver o que quero.

Esta ideias acompanha-nos há milhares de anos e é endémica em toda a mitologia, antiga e moderna - a de que quando você combate um dragão e vence, fica com a princesa e vive feliz para sempre. Ou, se você for a princesa, só precisa de ter paciência suficiente porque um dia virá o seu príncipe e então viverá feliz para sempre.
De facto, muitas vezes as pessoas estão dispostas a passar por grandes dificuldades no caminho para o êxito, porque sabem que há um pote de ouro no fim do seu arco-íris - e planeiam usar esse pote de ouro para comprar as sensações de felicidade e satisfação que realmente querem.
Para ter uma ideia de como este mito pode estar activo na sua própria vida, pense em três ou quatro modos de terminar esta frase:

Serei feliz quando...

* Serei feliz quando tiver dinheiro suficiente (quanto é suficiente?)
* Serei feliz quando tiver uma relação amorosa.
* Serei feliz quando arranjar um emprego melhor.
(...)
Se está a fazer as coisas para ser feliz, está a fazê-las pela ordem errada!
Quando faz da felicidade a sua prioridade número um e se permite seguir a sua busca da felicidade, o êxito não é só mais provável, mas também muito mais divertido de atingir. Como disse Albert Shweitzer: «O êxito não é a chave da felicidade. A felicidade é a chave do êxito. Se gosta do que faz, terá êxito»".

Pergunto eu: Para quê fazer a nossa felicidade depender de alguma coisa? Por que não agarrá-la agora, mesmo debaixo de nosso nariz?

(in "Chega aonde quiseres" by Michael Neill)

Ensinamentos com humor

" Certa noite, Rabya, uma famosa mística sufi, estava à procura de uma coisa na rua à frente da sua cabana. O sol estava a pôr-se e, pouco a pouco, fez-se noite. Algumas pessoas juntaram-se à sua volta e perguntaram-lhe:

- O que estás a fazer? O que é que perdeste? O que procuras?

Ela respondeu:

- Perdi a minha agulha.

As pessoas disseram-lhe:

- Agora o sol está a pôr-se e vai ser muito difícil encontrar a tua agulha, mas podemos ajudar-te. Onde é que a perdeste, ao certo? É que a rua é bastante grande e a agulha é pequena. Se soubermos exactamente onde a perdeste, será mais fácil encontrá-la.

Rabiya respondeu:

- É melhor nem perguntares isso, porque na verdade, eu não a perdi aqui na rua, perdi-a dentro de casa.

As pessoas começaram a rir e disseram:

- Nós bem pensámos que tu eras um bocadinho maluca! Então, se perdeste a agulha dentro de casa, porque é que estás a procurar cá fora?

Rabiya disse:

- Por uma razão muito simples e muito lógica: porque em minha casa está escuro e cá fora ainda há alguma luz.

As pessoas riram-se e começaram a afastar-se. Rabiya chamou-as de volta e disse:

- Escutem! É isto mesmo que vocês estão a fazer; eu estava apenas a seguir o vosso exemplo. Vocês estão sempre a procurar o êxtase no mundo exterior sem fazerem a pergunta primordial: onde é que se perderam? Eu respondo: vocês perderam-se no interior. Vocês estão à procura no exterior por uma razão muito simples e lógica: porque os vossos sentidos se abrem ao exterior onde ainda há alguma luz. Os vossos olhos vêem para o exterior, os vossos ouvidos escutam para o exterior, as vossas mãos tocam no exterior; é por isso que vocês buscam no exterior. Mas eu digo-vos que o que vocês buscam não está no exterior – garanto-vos por experiência própria. Eu também andei em busca no exterior durante muitas, muitas vidas e, no dia em que olhei para o interior fiquei surpreendida. Não precisava de procurar mais; aquilo que eu buscava estivera sempre dentro de mim."





(in "Alegria" by Osho)