domingo, 26 de setembro de 2010

Só a escola da vida nos ensina

Ninguém nos ensinou a lidar com a rejeição, com o desprezo, com a traição, com a raiva, com a adversidade… ninguém nos ensinou a lidar com toda a panóplia de emoções que tentamos diariamente conjugar.

Quase duas décadas de escola e… nada de útil que nos possa ajudar no dia-a-dia,  algo que possamos aplicar e ver resultados, algo que possamos dizer que tenha valido a pena aprender. Tanto conhecimento embutido em nós durante anos parece ter-se dissipado tão ou mais depressa do que como e quando foi adquirido…  e porque é que muito desse conhecimento se foi? Porque não lhe demos uma utilidade prática… na verdade  nem tinha nenhuma utilidade prática para nós. Tantas foram as feridas que tiveram de sarar sozinhas, tantas são as feridas que continuam abertas porque não sabemos como as sarar. De nada nos valeu o conhecimento adquirido na escola. Em nada encaixa na resolução das nossas emoções. Tivemos de aprender sozinhos, tivemos de aprender a todos o custo e… mesmo que não tenhamos aprendido, a vida encarregar-se-á de nos fazer passar pelas mesmas provações, concedendo-nos mais uma oportunidade de aprendizagem. Há aprendizagens que só se fazem por meio da experiência e é por isso que, para mim, a experiência é a grande mestre da vida. Acredito que todos os acontecimentos da vida trazem sempre um ensinamento, ensinamento esse que nem sempre é fácil de decifrar. E se na vida as situações se repetem, serão apenas uma forma de avaliação para vermos se aprendemos a lição.

Por tudo o que passámos até hoje, por tudo o que estamos a passar, por tudo o que iremos passar… nada mais são do que lições da escola da vida, cujo único e singelo fim é tornar-nos mais evoluídos enquanto seres humanos.




2 comentários:

  1. Eu acho que a escola nos ensina pelo menos uma coisa para a vida - a lidar com a ''crueldade'' das pessoas. :p

    Beijinho, Tânia

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  2. Obrigada Tânia :) Aprendemos de facto e sem querer.... no texto referia-me ao currículo formal que não contempla essas aprendizagens "forçadas" e que deveria! Beijinho*

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Reflexões

Ensinamentos com humor

" Certa noite, Rabya, uma famosa mística sufi, estava à procura de uma coisa na rua à frente da sua cabana. O sol estava a pôr-se e, pouco a pouco, fez-se noite. Algumas pessoas juntaram-se à sua volta e perguntaram-lhe:

- O que estás a fazer? O que é que perdeste? O que procuras?

Ela respondeu:

- Perdi a minha agulha.

As pessoas disseram-lhe:

- Agora o sol está a pôr-se e vai ser muito difícil encontrar a tua agulha, mas podemos ajudar-te. Onde é que a perdeste, ao certo? É que a rua é bastante grande e a agulha é pequena. Se soubermos exactamente onde a perdeste, será mais fácil encontrá-la.

Rabiya respondeu:

- É melhor nem perguntares isso, porque na verdade, eu não a perdi aqui na rua, perdi-a dentro de casa.

As pessoas começaram a rir e disseram:

- Nós bem pensámos que tu eras um bocadinho maluca! Então, se perdeste a agulha dentro de casa, porque é que estás a procurar cá fora?

Rabiya disse:

- Por uma razão muito simples e muito lógica: porque em minha casa está escuro e cá fora ainda há alguma luz.

As pessoas riram-se e começaram a afastar-se. Rabiya chamou-as de volta e disse:

- Escutem! É isto mesmo que vocês estão a fazer; eu estava apenas a seguir o vosso exemplo. Vocês estão sempre a procurar o êxtase no mundo exterior sem fazerem a pergunta primordial: onde é que se perderam? Eu respondo: vocês perderam-se no interior. Vocês estão à procura no exterior por uma razão muito simples e lógica: porque os vossos sentidos se abrem ao exterior onde ainda há alguma luz. Os vossos olhos vêem para o exterior, os vossos ouvidos escutam para o exterior, as vossas mãos tocam no exterior; é por isso que vocês buscam no exterior. Mas eu digo-vos que o que vocês buscam não está no exterior – garanto-vos por experiência própria. Eu também andei em busca no exterior durante muitas, muitas vidas e, no dia em que olhei para o interior fiquei surpreendida. Não precisava de procurar mais; aquilo que eu buscava estivera sempre dentro de mim."





(in "Alegria" by Osho)