sábado, 9 de outubro de 2010
O céu em nós
Ensinamentos com humor
" Certa noite, Rabya, uma famosa mística sufi, estava à procura de uma coisa na rua à frente da sua cabana. O sol estava a pôr-se e, pouco a pouco, fez-se noite. Algumas pessoas juntaram-se à sua volta e perguntaram-lhe:
- O que estás a fazer? O que é que perdeste? O que procuras?
Ela respondeu:
- Perdi a minha agulha.
As pessoas disseram-lhe:
- Agora o sol está a pôr-se e vai ser muito difícil encontrar a tua agulha, mas podemos ajudar-te. Onde é que a perdeste, ao certo? É que a rua é bastante grande e a agulha é pequena. Se soubermos exactamente onde a perdeste, será mais fácil encontrá-la.
Rabiya respondeu:
- É melhor nem perguntares isso, porque na verdade, eu não a perdi aqui na rua, perdi-a dentro de casa.
As pessoas começaram a rir e disseram:
- Nós bem pensámos que tu eras um bocadinho maluca! Então, se perdeste a agulha dentro de casa, porque é que estás a procurar cá fora?
Rabiya disse:
- Por uma razão muito simples e muito lógica: porque em minha casa está escuro e cá fora ainda há alguma luz.
As pessoas riram-se e começaram a afastar-se. Rabiya chamou-as de volta e disse:
- Escutem! É isto mesmo que vocês estão a fazer; eu estava apenas a seguir o vosso exemplo. Vocês estão sempre a procurar o êxtase no mundo exterior sem fazerem a pergunta primordial: onde é que se perderam? Eu respondo: vocês perderam-se no interior. Vocês estão à procura no exterior por uma razão muito simples e lógica: porque os vossos sentidos se abrem ao exterior onde ainda há alguma luz. Os vossos olhos vêem para o exterior, os vossos ouvidos escutam para o exterior, as vossas mãos tocam no exterior; é por isso que vocês buscam no exterior. Mas eu digo-vos que o que vocês buscam não está no exterior – garanto-vos por experiência própria. Eu também andei em busca no exterior durante muitas, muitas vidas e, no dia em que olhei para o interior fiquei surpreendida. Não precisava de procurar mais; aquilo que eu buscava estivera sempre dentro de mim."
(in "Alegria" by Osho)
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Reflexões